A menos que perdoemos, não somos perdoados; permanecemos acorrentados aos nossos erros, incapazes de nos libertarmos, de deixar a masmorra escura do nosso passado e de caminhar à luz do sol do amor (SA 126).
Minha primeira experiência sexual foi com meu tio quando eu tinha nove anos de idade. Faminta de aceitação e de amor, senti-me especial quando ele me escolheu. Durante a minha adolescência, um líder escoteiro abusou de mim. Como jovem adulta, eu mesma me tornei uma predadora sexual. Eu estava magoada e zangada, mas não conseguia parar a minha espiral descendente na escuridão sexual. Quando cheguei ao fundo do poço, encontrei a SA.
A minha vida mudou quando fiquei sóbria por causa da luxúria. Vim às reuniões, encontrei uma madrinha, e comecei a trabalhar os Passos. Quanto mais aprendia sobre a minha adicção, mais via que tinha sido vitimada pela luxúria do meu tio e líder escoteiro, e em parte pela negligência dos meus pais. Durante meus primeiros anos de recuperação, descobri o quanto eu estava zangada - eu me ressentia tanto com todos eles!
Quando cheguei ao Quarto Passo, porém, enfrentei a minha própria humanidade e os meus defeitos. Então, a cura começou. Quanto mais eu olhava honestamente para os meus erros, menos precisava me concentrar nas falhas dos outros, e mais eu podia vê-los como humanos como eu. Eu vi o que eu tinha que fazer para me libertar da escravidão daqueles ressentimentos. Eu tinha que assumir a responsabilidade pelas minhas decisões e minhas ações. Eu tinha que parar de me ver como uma vítima. Tinha de perdoar aqueles que me tinham injustiçado. Embora fosse importante reconhecer as feridas que eu tinha recebido deles, era vital que eu os perdoasse.
Com a graça de Deus eu ando à luz do sol do amor.