Muitos de nós nos sentimos inadequados, indignos, solitários e assustados. Nosso interior nunca se igualava ao que víamos no exterior dos outros.

Desde cedo, sentimo-nos desconectados — de nossos pais, de nossos semelhantes e de nós mesmos. Isolávamo-nos por meio da fantasia e da masturbação. Tentávamos estabelecer alguma conexão embebedando-nos com fotos, imagens e na busca dos objetos de nossas fantasias. Desejávamos outros com luxúria e queríamos ser desejados da mesma forma.

Tornamo-nos verdadeiros adictos: sexo com nós mesmos, promiscuidade, adultério, relações de dependência e mais fantasia. Obtínhamos sexo com os olhos; nós o comprávamos, vendíamos, trocávamos e dávamos a outros. Estávamos viciados no flerte, na provocação, no proibido. A única maneira que conhecíamos de nos libertar da tirania do sexo era praticá-lo. "Por favor, venha relacionar-se comigo e preencher meu vazio!" Implorávamos de joelhos. Obcecados pela luxúria, buscávamos o êxtase, cedendo nossa vontade própria e escravizando-nos a outros.

O resultado disso foi culpa, ódio de si mesmo, remorso, vazio interior e sofrimento. Fechávamo-nos cada vez mais em nós mesmos, alheios à realidade, ao amor, perdidos em nosso interior.

Nossa conduta impossibilitava a verdadeira intimidade. Éramos incapazes de conhecer a união real com outra pessoa porque estávamos viciados no irreal. Buscávamos a "química", a conexão mágica, evitando assim a intimidade e a união verdadeira . A fantasia pervertia a realidade; a luxúria matava o amor.

Primeiro adictos, depois incapazes de amar, tirávamos proveito dos outros para preencher o que faltava em nós mesmos. Enganando-nos uma vez atrás da outra, na ilusão de que a próxima pessoa nos salvaria, estávamos realmente desperdiçando nossas vidas.