Sabedoria a conhecer

[...] e sabedoria para conhecer a diferença (SA 210).

A Oração da Serenidade tinha-se tornado um ritual sem sentido para mim até quase dois anos de recuperação, quando enfrentei um desafio que quase me custou a minha sobriedade. Era como dar um nó teimoso enquanto cortava um pedaço de madeira. Não consegui fazer qualquer progresso, e o velho caminho da luxúria para medicar a minha dor e medo estava a acenar-me.

Liguei a um amigo de SA e falei-lhe do meu desafio. Ele sugeriu que eu escrevesse o problema no topo de um pedaço de papel e dividisse o resto da página em duas colunas. Nomei uma coluna "Coisas que não posso mudar", e a segunda "Coisas que, com coragem, posso mudar". Depois ordenou-me que pedisse ao meu Poder Superior que me desse sabedoria para colocar diferentes partes do problema nas colunas. Aconselhou-me a não me limitar ao presente, mas a incluir as partes do passado e aquelas que me possam incomodar no futuro.

Vi então a realidade a preto e branco. Encontrei a vontade de me render, e eventualmente, a serenidade de aceitar o que eu não podia mudar. À medida que me soltava, fui capaz de me concentrar e agir com renovada graça e força naquelas coisas que podia mudar. Foi-me concedida a sabedoria de conhecer a diferença.

Ajudou-me a aceitar as dificuldades como o caminho para a paz.